De inicio, deixo aqui registrada uma cena no mínimo inusitada que presenciei antes do inicio da sessão, que foi a presença da prefeita na câmara, digo inusitada, pois desde a sua posse, foram raríssimas as ocasiões que teve a presença da chefe do executivo nessa casa, inclusive na sessão do dia 29/08/2011 o vereador Sebastião Ferreira (Coróia) fez um questionamento na tribuna sobre o fato da prefeita não ir à câmara para negociar junto aos vereadores os projetos de interesse coletivo.
Mas...coincidência ou não, o fato é que depois que foi deflagrada a “Operação Sucuri” a prefeita resolveu visitar os nobres parlamentares Bom-Jesuenses demonstrando uma simpatia incomum.
Indiferença do executivo com o legislativo
Na leitura do expediente, chamo a atenção no protesto do presidente da casa, em virtude do descumprimento do executivo frente a um requerimento protocolado pelo Vereador Marcos Batista Valinho sobre a relação completa dos servidores concursados e contratados que o executivo se nega a fornecer mesmo depois de vencido o prazo regimental de trinta dias. Se chefe do poder executivo se nega a fornecer documentos públicos ao poder legislativo, abre-se um precedente de abertura de processo de cassação do mesmo.
A convite da Comissão Permanente de Saúde da Câmara, compareceu na sessão de ontem, o secretário municipal de saúde, Dr. Francisco Assis de Oliveira Neto, para prestar esclarecimentos sobre o relatório conclusivo da Comissão Mista de Saúde da Câmara, onde o mesmo aponta diversas irregularidades nessa pasta. Porém o mesmo foi poupado de cobranças maiores, em virtude de ter tomado posse da pasta recentemente e não ter responsabilidade administrativa nas irregularidades apontadas no referido relatório.
Nessa sabatina, destaco o questionamento do Vereador Eraldo Saluto, sobre os repasses da união referente aos PSF’s (programa de saúde da família) onde destina-se para cada PSF R$ 6.700,00/mês para pagamento de médico, enfermeiro e técnico em enfermagem, e mais R$ 5.100,00/mês para custeio dos agentes comunitários.
A conclusão a que podemos chegar é que, a situação do sistema público de saúde de Bom Jesus, passa por uma crise sem precedentes, onde a remuneração irrisória oferecida pela prefeita, simplesmente impossibilita a contratação de médicos, pois em cidades como São José do Calçado e Apiacá, um médico de PSF tem salário de R$ 3.500,00 enquanto nossa prefeitura paga somente R$ 2.500,00.
Nesse patamar salarial, será muito difícil encontrar profissionais da área médica dispostos a prestar serviço em nosso município, pois a tendência que se desenha é de médicos pedindo demissão para procurar melhores salários, somente em Calheiros dois médicos recusaram a proposta de salário feita pela prefeitura.