“Os bom-jesuenses que valorizam seus ícones históricos e culturais começam a guardar luto fechado.
O projeto de remodelação da Praça Governador Portela, em B. Jesus/RJ, que passou por pranchetas indiferentes ao valor afetivo dos emblemas de uma coletividade, descartou lamentavelmente a réplica da Usina Hidrelétrica Franco Amaral, que vai sumir da paisagem depois de mais de meio século.
Enquanto populações solidárias com sua própria identidade preservam a qualquer custo os seus distintivos, outras sequer compreende destruir o patrimônio histórico e arquitetônico, é desvalorizar sua urbanidade, seus costumes, suas raízes e suas tradições. A mentalidade tacanha, a carência de cultura e de sabença, o espectro da nulidade intelectual que nos assola são as causas desse primevo atentado.
Em vez de remodelar também a réplica, valorizá-la, informar às pessoas principalmente aos jovens o que representou para Bom Jesus a Franco Amaral, numa época em que a Luiz bruxuleante das lamparinas era dádiva celestial, preferem destruir o legendário patrimônio. Quanta insensatez!
O cartão postal onde os casais enamorados como se dizia em piscas eras, trocavam juras de amor, foi condenado pelos que hoje trocam “juras de voto”. Ao redor da Réplica, os mais importantes políticos discursavam para multidões verdadeiramente entusiasmadas, que estouravam fogos de artifício numa alegria autêntica, diferente das mecânicas claques atuais.
Não dado perceber aos políticos de agora, que os fogos, sim, se tornaram abjetamente retrógrados, típicos de lugares provincianos na acepção pejorativa do termo. O culto à memória de um povo, não. Jamais será antiquado”
Essa matéria foi publicada pelo “Jornal Repórter” no dia 25/04/2010, antes do inicio das obras da Praça, e mostra de forma bastante alarmante o quanto arrogante é o executivo, e o quanto negligente é o legislativo.
A falta de sensibilidade política, o desrespeito por nossa história, demonstra o quanto está distorcido o comportamento da prefeita, do secretário de obras e dos vereadores de Bom Jesus do Itabapoana, que, mesmo sendo alertado, mesmo sendo protestado através da imprensa, eles “os arrogantes” continuaram firme em seus propósitos em dar um chute em nossa história e diante da inércia e conivência dos “negligentes’.
Esse insignificante grupelho político que impreguina as instalações da prefeitura e da câmara, manchará para sempre a história política bom-jesuense, como protagonistas dos maiores absurdos administrativos já cometidos.
Eles personificam o que há de mais retrógrado no comportamento político, onde se portam como se nós, cidadãos bom-jesuenses, fôssemos obrigados a trabalhar duro o ano inteiro para sustentar e financiar as atrocidades administrativas e as vaidades dos “arrogantes” e “negligentes”.
Frederico Sueth Rangel