A próxima administração pública terá muitos desafios espinhosos pela frente, em todos os setores, como saúde, educação, valorização do funcionalismo público municipal, recuperar toda estrutura operacional da prefeitura, auditar e divulgar de forma transparente a real situação financeira e jurídica do município.
Mas para equacionar qualquer desses desafios, passa pela necessidade primária em tornar nosso município auto-suficiente financeiramente, não adianta queimar neurônios buscando soluções com essa realidade fiscal tributária, onde o município depende única e exclusivamente de repasses do estado, da união e da arrecadação de impostos, tributos e taxas municipais.
E mais uma vez vou direcionar nossa atenção para nossa zona rural, onde já produziu açúcar, papel, café em larga escala, já projetou até um governador do estado, nosso grande Roberto Silveira. Hoje produz energia, aguardente e leite, mas pode produzir muito mais que já produz.
Bom Jesus do Itabapoana tem um potencial turístico/cultural enorme e desperdiçado pela falta de tempo de nossos políticos em debater as potencialidades de nossa região, para tornar viável se faz necessário que pessoas de credibilidade elaborem projetos com embasamento técnico que certamente os rumos de Bom Jesus começam a mudar de fato, pode-se explorar em eco-turismo, agro-turismo, turismo religioso e turismo histórico, temos uma infinidade de recursos naturais em totais condições de exploração sustentável.
Mas para que se torne realidade, esse projeto necessita primordialmente que se invista na infra-estrutura de nossa zona rural, enquanto tivermos estradas nas condições atuais, nenhum turista nos visitará, ficaremos somente nos limites do asfalto que vai de Bom Jesus a Rosal, o que é muito pouco frente nossa região em sua totalidade.
Temos em nossa região alta, três grandes empresas entre as maiores do país como Odebrecht e Andrade Gutierrez, administrando três usinas geradoras de energia, onde as obras dessas usinas proporcionaram um impacto ambiental brutal em nosso rio Itabapoana, visto que desde 1998 os níveis de inundações só faz aumentar.
Nós não precisamos entrar em conflito jurídico com essas empresas para conseguirmos as contrapartidas ambientais, essas grandes empresas são ávidas em encontrar parcerias para financiar projetos de contrapartidas ambientais, desenvolvimento econômico sustentável e apoio a iniciativa cultural, onde elas conseguem dedução no IR sem contar que contribui para melhorar a “imagem” delas nas futuras solicitações de licenças ambientais.
Para tanto, se faz necessário que o poder público municipal tenha credibilidade, o poder legislativo tem que ser independente e com vocação fiscalizadora, jamais uma legislatura como a de hoje viabilizaria qualquer projeto sério em virtude de tanta negligencia, subserviência e total desqualificação na maioria dos ocupantes daquela casa, o poder executivo tem que conduzir sua gestão pautada pela transparência e controle social através dos conselhos gestores.
Uma administração como temos hoje não consegue absolutamente nada com essa caixa preta chamada receita municipal, esse governo disponibiliza mais de 1,7 milhões de reais para o gabinete da prefeita sem a menor preocupação em prestar contas a sociedade, mesmo não sendo obrigado por lei a prestar contas das despesas de gabinete, por uma questão de decência ou compromisso com a transparência, o executivo teria que divulgar a movimentação financeira da verba destinada ao gabinete, ainda mais com esse valor tão substancial. Ao mesmo tempo esse orçamento surreal disponibiliza somente 1,4 milhões de reais para a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, em momento algum se mostrou intencionado e projetar algo de bom para nossa cidade.
Nosso município tem enorme potencial turístico em toda sua extensão, já há quem nos visite em nossa região alta, várias instituições religiosas de cidades vizinhas já nos visitam em seus retiros espirituais já faz um bom tempo, e nosso povo tem enorme vocação turística, poucos sabem receber visitantes como nós bom-jesuenses, quem nos visita, jamais esquece, sempre volta e sempre chama outras pessoas, isso sem a menor estrutura turística, imagina se tivéssemos...
Frederico Sueth Rangel
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