sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Propaganda perdulária e sem efeito



Em diversas eleições em que acompanhei e trabalhei, pude chegar à conclusão de que tenho conhecimento dos mais diversos perfis de eleitores, temos o eleitor que vota com ideologia, o que vota por amizade, por ser parente, que vota por dinheiro, por algum favor, vota por emprego e o voto de protesto. Mas jamais tive conhecimento de algum eleitor que decidiu seu voto influenciado pelo carro de propaganda volante com seus jingles eleitorais sempre ridículos. Nos anos setenta e oitenta esse recurso publicitário ainda tinha seu papel em considerável nível de importância, visto que nessa época não tínhamos uma rádio Bom Jesus com o alcance que temos hoje, não havia os recursos de comunicação visual que temos hoje, como as placas com as fotos dos candidatos com grande resolução, não haviam as plotagens em veículos, que tornou estes em verdadeiros pequenos outdoor’s ambulantes, e principalmente não tínhamos a internet, muito menos redes sociais.

E o que estamos presenciando hoje é que das cinco candidaturas a prefeito registradas três dessas, e diversas candidaturas legislativas ainda estão investindo pesado nessa publicidade arcaica e onerosa com a primaz garantia do dinheiro jogado fora. Em média cada carro de som eleitoral custa R$ 2.200,00 o aluguel mensal, fora o consumo de combustível que não é pouco, bastando observar a velocidade que esses carros trafegam tornando estes mais poluentes do que são em velocidade normal, há uma certa candidatura que já contratou no mínimo vinte carros de som, ou seja, somente em aluguel de carro de som eleitoral essa candidatura tem uma despesa mensal de R$ 44.000,00. Segundo informações de pessoas que já trabalharam em coordenações de campanhas, uma candidatura majoritária gasta em média uns R$ 80.000,00 somente em combustível para os carros de propaganda eleitoral volante. Esse absurdo perdulário demonstra de maneira clara o quanto esses candidatos são sem criatividade e com capacidade de gestão totalmente questionável, se estes não conseguem reduzir custos ainda na campanha com seus próprios recursos financeiros, imagine quando assumir o governo para gerenciar os nossos recursos financeiros?

Menos mal é que nosso juiz eleitoral teve extremo bom senso e limitou o volume desses carros de propaganda eleitoral volante em 70 decibéis, o que nos alivia do barulho incômodo e tornou essa modalidade publicitária mais inviável do que já era antes.