Em diversas eleições em que acompanhei e trabalhei, pude
chegar à conclusão de que tenho conhecimento dos mais diversos perfis de
eleitores, temos o eleitor que vota com ideologia, o que vota por amizade, por
ser parente, que vota por dinheiro, por algum favor, vota por emprego e o voto
de protesto. Mas jamais tive conhecimento de algum eleitor que decidiu seu voto
influenciado pelo carro de propaganda volante com seus jingles eleitorais
sempre ridículos. Nos anos setenta e oitenta esse recurso publicitário ainda
tinha seu papel em considerável nível de importância, visto que nessa época não
tínhamos uma rádio Bom Jesus com o alcance que temos hoje, não havia os
recursos de comunicação visual que temos hoje, como as placas com as fotos dos
candidatos com grande resolução, não haviam as plotagens em veículos, que
tornou estes em verdadeiros pequenos outdoor’s ambulantes, e principalmente não
tínhamos a internet, muito menos redes sociais.
E o que estamos presenciando hoje é que das cinco
candidaturas a prefeito registradas três dessas, e diversas candidaturas
legislativas ainda estão investindo pesado nessa publicidade arcaica e onerosa
com a primaz garantia do dinheiro jogado fora. Em média cada carro de som
eleitoral custa R$ 2.200,00 o aluguel mensal, fora o consumo de combustível que não é pouco, bastando observar a velocidade que esses carros trafegam tornando estes mais poluentes do que são em velocidade normal,
há uma certa candidatura que já contratou no mínimo vinte carros de som, ou seja,
somente em aluguel de carro de som eleitoral essa candidatura tem uma despesa
mensal de R$ 44.000,00. Segundo informações de pessoas que já trabalharam em
coordenações de campanhas, uma candidatura majoritária gasta em média uns R$
80.000,00 somente em combustível para os carros de propaganda eleitoral
volante. Esse absurdo perdulário demonstra de maneira clara o quanto esses
candidatos são sem criatividade e com capacidade de gestão totalmente questionável,
se estes não conseguem reduzir custos ainda na campanha com seus próprios
recursos financeiros, imagine quando assumir o governo para gerenciar os nossos
recursos financeiros?
Menos mal é que nosso juiz eleitoral teve extremo bom senso e
limitou o volume desses carros de propaganda eleitoral volante em 70 decibéis,
o que nos alivia do barulho incômodo e tornou essa modalidade publicitária mais
inviável do que já era antes.