Em tempos da Conferência das Nações Unidas sobre o meio
ambiente, a Rio + 20, em Bom Jesus do Itabapoana estamos na vergonhosa
contramão dessa nova ordem mundial crescente a cada dia. Vamos voltar no tempo
e ver como as coisas regrediram drasticamente na questão da sustentabilidade.
Até meados dos anos noventa, tínhamos um lixão na estrada denominada como “Arrebenta
rabicho”, logo acima do “Replay Motel”, que desde o inicio dos anos oitenta se
mostrava cada vez mais fora do controle. Foi então que o prefeito Álvaro
Moreira (1993/1996) deu inicio a um projeto que visava extinguir o lixão do “Arrebenta
rabicho”, e implantar em Santa Isabel uma Unidade de Tratamento de Lixo, visto
que na gestão anterior (1989/1992) foi de reestruturação do maquinário
destinado para a coleta de lixo, inclusive tínhamos dois caminhões
compactadores próprios. Impressiona que quando era a própria prefeitura que
realizava a coleta de lixo, a qualidade do serviço ficava muito acima dessa
prestada por empresas terceirizadas e extremamente onerosas.
Em 1997 o então prefeito Carlos Garcia, concluiu a extinção
do lixão do “Arrebenta rabicho” e inaugurou em Santa Isabel a Unidade de
Tratamento de Lixo, no qual chegou a gerar mais de sessenta empregos em dois
turnos, vejam bem senhoras e senhores, aquele governante muitas vezes taxado de
conservador, em 1997 já colocava em prática projetos diretamente ligados à
sustentabilidade, pois além da UTL, na mesma época ele também implantou o
viveiro municipal na Nova Bom Jesus, que produzia mudas das mais diversas
espécies para distribuição gratuita aos proprietários rurais, e muitas dessas
mudas distribuídas eram de espécies da Mata Atlântica, e de matas ciliares, com
o claro objetivo na recuperação florestal. Infelizmente esse sonho durou pouco,
pois a partir de 2001 esses projetos foram completamente deixados de lado com
uma sucessão de equívocos que fez chegar ao vergonhoso ponto a que estamos. É
repugnante que tenhamos que conviver com esse atraso de vinte anos imposto por
oito anos de desgoverno desse grupo político que já se mostrou totalmente
incapaz de conduzir uma gestão decente a nossa sociedade seja lá em que área
for.
A agressão criminosa ao nosso meio ambiente tem como
protagonista a própria prefeitura municipal de Bom Jesus do Itabapoana, em
virtude do descaso com que trata dessas questões. A pouco tempo foi formada uma
cooperativa de catadores de material reciclável na antiga UTL, já são doze
cooperados mas que trabalham em condições totalmente adversas. A prefeita tem ciência
da situação desses cooperados, prometeu uma ajuda para melhorias nas
instalações da UTL, mas até o momento o governo somente criou obstáculos para o
desenvolvimento dessa cooperativa, que segundo relato de um dos membros, o INEA
acompanha de perto esse processo e já ofereceu recursos financeiros para
melhorar as instalações, mas a prefeita quer que o INEA repasse a verba primeiro
para o governo, para depois o governo repassar a cooperativa, é o cúmulo da
falta de escrúpulos na gestão pública!
E corretamente a direção da cooperativa não
aceitou essa condição e o convenio está parado por conta da falta de bom senso
desse governo irresponsável e centralizador. Com esse comportamento o governo
quer tomar pra si aquilo que não lhe é devido, se há organização cooperada, é
justo e legal que se destine os recursos às cooperativas, e essas prestam
contas da utilização destes. Os representantes da cooperativa também relataram
que a única prensa que funciona na UTL é a que eles compraram com recursos
gerados ali mesmo, eles reclamam também que os servidores contratados pela Top
Mak já fazem uma coleta de material reciclado no próprio caminhão antes de chegar na UTL, o salário pagos a
esses é tão miserável que eles precisam complementar sua renda na coleta de lixo,
hoje cada um dos doze cooperados recebem um salário por mês e poderiam receber
mais e aumentar o número de cooperados se o governo tivesse um mínimo de
sensibilidade em sua gestão.
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LIXO HOSPITALAR QUEIMADO DIARIAMENTE DIRETAMENTE NO SOLO, VERGONHOSO E CRIMINOSO! |
Esse
governo do merchandising enganoso tem um apetite voraz e repugnante pelos
recursos públicos, sem se preocupar com as consequências de suas gestões
desastrosas e irresponsáveis.